Os tumores ou nódulos da glândula suprarrenal são lesões anormais que se formam nas glândulas suprarrenais, localizadas acima dos rins. Essas glândulas são responsáveis pela produção de hormônios essenciais, como adrenalina, cortisol, aldosterona e hormônios sexuais. Embora a maioria dos nódulos seja benigna (não cancerosa), alguns podem ser malignos (cancerosos) ou funcionar de forma anormal, produzindo hormônios em excesso.
Com o avanço da tecnologia e dos exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), a detecção incidental de nódulos suprarrenais se tornou mais comum. Esses achados, muitas vezes detectados durante exames realizados por outras razões, são chamados de incidentalomas suprarrenais. A maioria desses nódulos é benigna e não funcional, mas entre 5 a 10% dos casos podem ser malignos ou hormonais.
A incidência de tumores suprarrenais malignos é rara, mas sua identificação e tratamento de forma precoce são cruciais para um bom prognóstico, o que pode prevenir complicações graves associadas ao excesso de produção hormonal ou à disseminação de tumores malignos.
Manifestações Clínicas
Os tumores suprarrenais podem ser assintomáticos ou apresentar uma variedade de sintomas, dependendo se produzem hormônios em excesso. Os sintomas podem incluir:
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Hipertensão (pressão arterial elevada) – comum em tumores produtores de aldosterona ou feocromocitomas (produtores de adrenalina).
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Ganho de peso e fraqueza muscular – em casos de produção excessiva de cortisol (síndrome de Cushing).
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Sintomas relacionados a hormônios sexuais – como crescimento anormal de pelos (hirsutismo) ou alterações no ciclo menstrual.
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Ansiedade, palpitações e sudorese – frequentemente associados ao feocromocitoma, um tumor que produz adrenalina em excesso.
Em nódulos não funcionantes (sem produção de hormônios), o diagnóstico geralmente ocorre de forma incidental, durante exames de imagem por outras razões.
Tipos de Lesões da Glândula Suprarrenal
Os tumores e nódulos suprarrenais podem ser classificados em duas grandes categorias:
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Tumores não funcionais: São aqueles que não produzem hormônios em excesso e, muitas vezes, são benignos. Esses nódulos costumam ser assintomáticos e descobertos incidentalmente.
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Tumores funcionais: Produzem hormônios em excesso, levando a sintomas específicos conforme o tipo de hormônio. Alguns exemplos incluem:
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Feocromocitoma: Produz adrenalina em excesso, resultando em sintomas como hipertensão, taquicardia, ansiedade e sudorese.
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Adenoma produtor de aldosterona: Causa hipertensão e pode provocar baixos níveis de potássio no sangue (hipocalemia).
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Adenoma produtor de cortisol: Resulta na síndrome de Cushing, levando ao ganho de peso, fraqueza muscular e alterações metabólicas.
Além disso, existe o carcinoma suprarrenal, um tumor maligno raro, que pode apresentar crescimento rápido e disseminação para outras áreas do corpo.
Tratamento
Quando o tumor suprarrenal é funcional, cresce rapidamente, ou há suspeita de malignidade, a cirurgia é indicada. Frequentemente, o tratamento e acompanhamento dos pacientes com lesões adrenais é compartilhado entre o urologista e o endócrinologista, médico clínico especialista em distúrbios metabólicos. O tratamento padrão é a adrenalectomia, que consiste na remoção da glândula suprarrenal afetada.
A adrenalectomia robótica é uma abordagem moderna e minimamente invasiva que oferece várias vantagens sobre a cirurgia tradicional. Utilizando a plataforma robótica, o cirurgião faz pequenas incisões através das quais são inseridos instrumentos precisos e uma câmera de alta definição. As principais vantagens da adrenalectomia robótica incluem:
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Menor trauma cirúrgico: Pequenas incisões reduzem a dor e o desconforto pós-operatório.
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Recuperação mais rápida: Os pacientes tendem a se recuperar mais rapidamente, com retorno precoce às atividades normais.
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Menor perda de sangue: A precisão dos movimentos robóticos ajuda a preservar tecidos saudáveis, minimizando o sangramento.
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Melhor visualização: A tecnologia robótica proporciona ao cirurgião uma visão 3D ampliada, permitindo uma dissecção mais precisa em uma área de difícil acesso.
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Menor tempo de hospitalização: Em comparação à cirurgia aberta, a adrenalectomia robótica pode reduzir o tempo de internação, permitindo que os pacientes recebam alta de forma precoce.
Essa técnica minimamente invasiva é especialmente recomendada para pacientes com nódulos funcionais ou suspeitos de malignidade, oferecendo uma abordagem segura e eficaz com melhores resultados estéticos e menos complicações.
Os tumores da glândula suprarrenal variam em sua natureza, desde nódulos benignos assintomáticos até tumores produtores de hormônios ou malignos. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado, muitas vezes por meio da adrenalectomia robótica, garantem não apenas o controle da doença, mas também uma recuperação rápida e eficaz, com menos dor e complicações. Se você ou algum familiar apresenta algum lesão suprarrenal, é de suma importância o acompanhamento de um urologista para avaliação do seu caso, garantindo os melhores resultados, prevenindo complicações e garantindo assim a qualidade de vida desejada.