O câncer de testículo é um tipo de tumor que se desenvolve nos testículos, que estão localizados na bolsa testicular e são responsáveis pela produção de espermatozoides e hormônios masculinos, assim como a testosterona. Apesar de ser raro, o câncer de testículo é o tipo de câncer mais comum entre homens jovens, principalmente entre os 15 e 35 anos de idade. A boa notícia é que, com um diagnóstico precoce, as taxas de cura são bastante elevadas.
Historicamente, o câncer de testículo era uma doença de prognóstico reservado, mas com os avanços da medicina, incluindo o desenvolvimento de tratamentos cirúrgicos e quimioterápicos, as taxas de cura melhoraram significativamente. Hoje, o câncer de testículo tem uma das maiores taxas de cura entre todos os tipos de câncer.
O diagnóstico do câncer de testículo vem aumentando nas últimas décadas, especialmente em países desenvolvidos. No Brasil, embora menos frequente do que em outras regiões, a conscientização sobre o autoexame e o diagnóstico precoce têm sido fundamentais para melhorar os resultados do tratamento.
Manifestações Clínicas
O câncer de testículo pode se manifestar com alguns sinais e sintomas, sendo o mais comum o aumento ou nódulo indolor em um dos testículos. Outros sintomas incluem:
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Sensação de peso na bolsa testicular
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Dor ou desconforto no testículo ou bolsa testicular
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Aumento ou diminuição no tamanho do testículo
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Dor na região lombar, abdome ou virilha (em estágios mais avançados)
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Acúmulo de líquido na bolsa testicular
É importante que os homens, especialmente os mais jovens, realizem o autoexame testicular regularmente, procurando por qualquer alteração no tamanho, forma ou textura dos testículos.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de testículo começa com um exame físico realizado por urologista especializado, que verificará alterações no tamanho e consistência dos testículos. Além disso, uma série de exames complementares é realizada para confirmar a presença de tumor e sua extensão. Entre os exames mais comuns estão:
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Ultrassom da bolsa testicular: É o exame inicial para visualizar a presença de nódulo ou massa sólida nos testículos e diferenciar possíveis cistos de tumores.
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Marcadores tumorais no sangue: Alguns tipos de câncer de testículo liberam substâncias detectáveis no sangue, como a alfafetoproteína (AFP), a gonadotrofina coriônica humana (hCG) e a desidrogenase lática (LDH).
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Tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM): Esses exames são utilizados para avaliar a possível disseminação do câncer para linfonodos ou outros órgãos.
Tratamento: Orquiectomia e Linfadenectomia Retroperitoneal Robótica
O tratamento do câncer de testículo geralmente envolve cirurgia e, dependendo do estágio da doença, quimioterapia ou radioterapia.
Orquiectomia Radical
A orquiectomia radical é o primeiro e principal tratamento para o câncer de testículo. Trata-se da remoção cirúrgica do testículo afetado, junto com o cordão espermático. Esse procedimento é geralmente realizado através de uma incisão na região inguinal. Mesmo com a remoção de um dos testículos, a produção de hormônios e a fertilidade são mantidas, desde que o outro testículo esteja saudável.
Linfadenectomia Retroperitoneal Robótica
Em casos mais avançados, onde há suspeita de disseminação do câncer para os linfonodos retroperitoneais (região localizada na parte posterior do abdome), pode ser necessária a realização de uma linfadenectomia retroperitoneal. Esse procedimento envolve a remoção dos linfonodos afetados para impedir a disseminação do câncer.
Com os avanços tecnológicos, a linfadenectomia retroperitoneal robótica se tornou uma alternativa minimamente invasiva em comparação à cirurgia aberta tradicional. Utilizando a plataforma robótica, o cirurgião pode realizar o procedimento com maior precisão, através de pequenas incisões, resultando em:
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Menor dor pós-operatória
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Recuperação mais rápida
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Menor perda de sangue
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Redução de complicações cirúrgicas
Essa técnica permite ao cirurgião visualizar as estruturas internas em alta definição e realizar a dissecção dos linfonodos com maior segurança, pois estes estão ao redor dos grandes vasos sanguíneos, o que pode ser crucial para prevenir complicações e preservar funções importantes.
Quimioterapia
Durante algumas etapa do tratamento, dependendo da característica e do estágio do tumor, pode ser necessário o uso de quimioterapia para complementar o tratamento cirúrgico, como por exemplo, após a orquiectomia radical ou nos casos com aumento dos linfonodos pélvicos.
O câncer de testículo é uma doença que requer muita atenção, mas que, quando diagnosticada precocemente e manejada de forma adequada, possui uma alta taxa de cura. A orquiectomia radical é o tratamento inicial padrão, e a linfadenectomia retroperitoneal robótica oferece uma abordagem moderna e minimamente invasiva para casos mais avançados, com em massas retroperitoneais após quimioterapia.
Manter a atenção para qualquer alteração testicular, realizar o diagnóstico precoce, e contar com ajuda de especialistas em uro-oncologia são as melhores formas de garantir um tratamento eficaz e resultados positivos.